sexta-feira, 30 de maio de 2008

Até na Sé nasce flor

Poupa Tempo mas não poupa polpa*.

* Licença poética para um post cafajeste.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Para aqueles que acham que é pouco



Era para ser a noite de sofrimento mais deliciosa dos últimos tempos. Mas depois de tudo que aconteceu na porta do Morumbi, não sei bem o que sentir antes de deitar para tentar dormir.

O estádio dos bambis tinha clima de final de campeonato e umas 70 mil pessoas circulando na nóia de um lado pro outro. No caminho para a arquibancada azul, eu e o Bikaz já nos perdemos do Chubas, Manu e Bel. Decidimos pegar a fila pra entrar e tentar encontrar com eles lá dentro, e nos enfiamos no bololô. Tava todo mundo esmagado entre a grade e a parede, e de repente a leva de trás empurrou forte. Rolou aquele tumulto, nego esbarrando e caindo nas costas do outro. Quando pus a mão no bolso, a carteira não estava mais lá.

Logo eu, velhaco de jogo, perdi a porra da carteira na porta do estádio. Documento, cartão do banco, parte do cachê do Comodoro (isso doeu) e o maldito ingresso. Acho que foi a única vez que nem cocei em colocar a carteira no bolso da frente. Panguei, vacilei. O Bikaz entrou e me deu 50 côro pra salvar.

Fiquei perambulando pela porta do Morumbiba perdido, fantasmão sem rumo, sem saber o que fazer, sentindo na alma o baque do vermelho que recebi antes mesmo do jogo decisivo começar. E só faltavam 20 minutos.

Pensei em comprar outro ingresso com os cambistas, mas a cotação chegava a 50 royals, além de todo o preju que já se podia calcular naquele momento. Eles mesmos falaram que um monte de gente estava voltando da catraca com ingresso falso, e tudo conspirava tão contra que mandei pro caralho e fui embora. Mal, desolado, revoltado, se sentindo o mano mais trouxa do mundo e achando que os deuses tinham tirado o dia para foder comigo e com o Corinthians.

Minha desconfiança quanto à sorte do dia tirou muito daquela ansiedade quase incontrolável de antes do jogo. No caminho pra casa, pensava mais na carteira, na vacilada, na correria de banco e no Poupa Tempo. Mas quando grudei o olho na TV, voltou tudo em dobro. Não era justo, eu tinha que estar lá!

Se tudo indicava que a noite seria de terror, é óbvio que o capricho maior ainda estava por vir. E veio, com todas as emoções do mundo em um jogo só, no último dos pênaltis, batendo na trave e indo pra fora. Brigado, chorado, sofrido. Impetuosamente corintiano.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

terça-feira, 27 de maio de 2008

Os justiceiros estão chegando



Algumas semanas atrás postei o vídeo "Stress", do Justice, imaginando como seria se a dupla francesa viesse tocar na tenda ao ar livre do Skol Beats.

De lá pra cá muita coisa aconteceu. O polêmico clipe rendeu discussões profundas, ganhou destaque nos grandes jornais e acabou sendo até proibido na Europa, enquanto nos bastidores brasileiros dizem que os caras vêm mesmo tocar no Skol Beats.

O festival rola só em setembro, até lá muita coisa pode mudar, e o formato deste ano permite que o público vote e escolha algumas das atrações. Mas é claro que empresário nenhum vai deixar de garantir o line-up o quanto antes.

Ontem fuçaram no myspace do Digitalism e descobriram que o duo alemão é, além de Justice e 2ManyDjs, um dos poucos bons nomes que estariam confirmados.

domingo, 25 de maio de 2008

Bajo cabrón

Vou comprar o chilanguito do chilango.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

terça-feira, 20 de maio de 2008

Tancredo e os metaleiros



Veja esta pérola garimpada no YouTube e depois responda a seguinte questão:

qual a frase mais esdrúxula do vídeo?

a) Metaleiro sofre muito.
b) A idade é variada, mas nunca passa dos 30.
c) Diabo é diversão pra gente. É saúde, é energia.
d) Deus é o rock.
e) A gente samo contra bebida, maconha, os tóxico todinho.
f) É o rock do futuro, é o rock da geração jovem.

Pau pra toda obra

Eu já tinha recebido esse vídeo e achado sensacional, mas não tive coragem de postar. Talvez porque me embrulha o estômago só de imaginar o cheiro que sobe daquele lugar, com uma luz de 11h30 da manhã e trabalho árduo.

Mas hoje recebi de novo, e não resisti. Senhoras e senhores, com vocês, Broca&Parafuso.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Maquinaria, mas não foi



Depois da overdose de martelada na tampa, vamos passar o Maquinaria a limpo da maneira mais rápida e sucinta possível. Dos shows que vi:

MISFITS - Fiquei feliz em poder assistir ali da trincheira, mas o som tava estranho. Foram mal escalados, tocaram muito cedo e só empolgaram quem era fã e ia gostar de qualquer coisa que tocassem [meu caso]. Eu ainda peguei a camisetinha que o Jerry Only lançou.

EMBRIOMA - Chato.

SEPULTURA - Melhor show da noite. Repertório bem escolhido, sintonia com o público, energia, som bem equalizado e definido, performance impecável. Acho que, antes desse, o último show dos caras que tinha visto foi aquele de 91 em frente ao Pacaembu.

TRISTANIA - Me recuso a fazer qualquer comentário.

SUICIDAL TENDENCIES - Não gostei tanto desse show. Muita falação entra as músicas, solos intermináveis e som embolado. Quarta na Eazy foi bem mais punk e direto, sem blablabla de voz ou guitarra.

MAQUINARIA - Deixou saudade do Claro Que É Rock.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Vai?



Amanhã, palco 1, às 20h10.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Tendência



Eu preferia tocar, mas ontem quem deu o gato no ensaio foi o Azedo. Pelo menos o menino tinha um bom motivo: festinha da MTV na Eazy com goró a rodo e show do Suicidal Tendencies.

Capitão Grulha descolou convite e lá fomos todos. Não era nem 11h e eu já tinha tomado a Escócia inteira. Falei que daquela vez não ia fazer ginástica como no Bad Brains, mas foi só começar "You Can't Bring Me Down" que não deu pra evitar a pancadaria na pista.

Os caras estão iguaizinhos. Lenço, meião, aquele boné escrito "Suicidal" na aba, com o mesmo lettering que eu desenhava na carteira da escola e na fitinha k7. O Mike Muir tem mais barriga e menos voz, mas ainda tem lenha pra queimar. Triscudo, mais pulou do que cantou.

Foi bom. Mais uma banda que gastei de ouvir quando moleque e consegui ver o show só na casa dos 30. No final, pausa para foto do aclamado João Sal, rei da coluna social. Avisa a Mônica Bergamo que nóis é tendência!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Antes



Trent Reznor é, antes de tudo, um visionário. Enquanto o mundo ainda vivia a ressaca pós-punk, já estava ele misturando rock com música eletrônica com a competência que nego tenta acompanhar até hoje.

O ano era 1985, a cidade era Cleveland, a banda se chamava Exotic Birds, o som era um synth pop e o cabelinho... Bem, o cabelinho era esse padrão Duran Duran que você pode ver na entrevista acima.

Sempre à frente do seu tempo, o menino-do-terrão Trent foi convidado a entrar na banda para tomar conta do teclado e das programações, além de colaborar com o backing vocal. Apesar disso, os três percussionistas não deixavam nosso herói participar da composição das músicas.

Sem moral para ajudar a criar, ele deixou os Exotic Birds três anos mais tarde para fundar sua própria banda, e em 1989 saiu "Pretty Hate Machine" pelo selo independente TVT Records.

O disco de estréia do Nine Inch Nails era praticamente o trabalho de um homem só: o cara canta, toca guitarra, teclado, drum machine, assobia e chupa cana. Se você nunca ouviu esse álbum, faça-me o favor de baixar correndo.

Outro dia falei aqui do novo disco do NIN, "The Slip". Ouvi melhor e continuo achando bom, talvez um pouquinho inferior aos anteriores. Mas o que se percebe é que, mesmo após quase 20 anos, o cara mantém o mesmo padrão de qualidade e principalmente de conceito musical. E é por isso que "Pretty Hate Machine" é tão atual quanto "The Slip".

Uma das faixas mais interessantes desse novo play é "Echoplex". O vídeo abaixo não é oficial; foi feito por um fã. Mas como eu não sei como disponibilizar arquivos de música nesse bolologue, mete o fone e ouve aí.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Na pegada do Robertão

Vaaaaaaaai, Curintcha! Não pára, não pára, não pára!

Boycott 'Em All



O baterista Lars Ulrich disse que o novo disco do Metallica sai em setembro. Enquanto isso, a banda convida os fãs a acompanhar os bastidores das gravações em um site criado apenas para divulgar este novo trabalho.

"Be a part of Mission:Metallica and get a lot of stuff", diz o site. Quer dizer então que agora eles querem que os fãs participem? Quer dizer que agora os coitados que compram disco e ficam horas nas filas dos shows vão poder baixar disquinho novo e material inédito direto do site? Tá.

Eu sou um bom exemplo de fã. Quando moleque tinha todos os discos, achava um melhor que o outro, passava o dia ouvindo a fitinha no walkman, comprava camiseta na Woodstock, gravava clipe do Clip Trip em VHS (tenho até hoje) e até enfreitei o nojo de entrar no estádio do Porco pra assitir o show, há 15 anos.
Mas quando a revolução no formato físico e comercial da música começou, eles foram os primeiros a declarar guerra ao Napster, ao mp3 e, consequentemente, aos fãs. Banda de um lado, o mundo do outro.

Portanto, amigão, pra me convencer a participar de alguma coisa hoje em dia tá difícil. Mesmo porque a banda não fez nada realmente digno desde o Black Album.

Agora dá licença que eu vou ouvir o Kill'Em All.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nada de mais



É incrível como a gente não se dá conta de como é estranha a vida em São Paulo. Sair de casa sempre dentro de um carro, perder boa parte do dia no trânsito (não importa se é dia útil, sábado ou domingo) e se enfiar em lugares fechados passa a ser normal para quem está metido nesse roda-moinho.

Mas basta sair um pouco daqui e passar uns dias em outra cidade para você perceber a falta que coisas simples fazem para quem mora em Gotham City. Ou então ter um domingo de interior em plena Babilônia.

Ontem, Dia das Mães, resolvi ir a pé da minha casa até a casa dela. É perto, mas o costume de pegar o carro nunca tinha me permitido percorrer uns 4km de Sumaré para ver, ouvir e sentir tudo muito mais de perto.

À noite, depois do almoço em família, recebi uma mensagem do Lhufas no celular: "Festinha de aniversário, meu e do Marquinhos, hoje às 20h". Separei umas latinhas e saí de novo a pé até a casa do VilasBoas numa vilinha boa perto do beco.

Fogueira no quintal, amigos, filhos dos amigos, cerveja e toca-discos. Nada de mais, e tudo do melhor.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Vai faltar



Antes de qualquer coisa, eu sempre odiei aquele cartaz que colocaram ao lado dos elevadores no primeiro subsolo. "Água. Se não souber usar, vai faltar". Uma frase pessimista, ameaçadora, enfim, de profundo mau gosto. Pra que esse terrorismo?

Era só trocar o 'não' de lugar e passar a mesma mensagem, mas com a simpatia que a pacata comunidade do Edifício Barão de Lisboa merece. "Água. Se souber usar, não vai faltar, pessoal!".

Como se não bastasse a falta de trato com os moradores, desci para pegar o carro e quando abri a porta do elevador tomei um susto: a garagem estava completamente inundada. Saía um chafariz maroto por um buraco no cano, desperdiçando a água que ia faltar se não soubéssemos usar e que não ia faltar se soubéssemos usar.

Tá assim há 3 dias.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Mais do que justo



Você já deve ter visto por aí o novo vídeo do Justice, "Stress". Mas vale o registro aqui pelos seguintes motivos:

- O duo francês é o que a música eletrônica tem de melhor hoje. Se viesse pro Skol Beats e tocasse na tenda ao ar livre, seria um show digno dos grandes do rock.
- Os clipes dos caras são sempre muito bons.
- Este, em especial, é foda porque sintetiza na atmosfera, edição, fotografia, enfim, tudo, a pegada heavy da música. Som e imagem parecem uma coisa só, independentemente de você gostar da idéia violenta a la Laranja Mecânica ou não.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Num pára não



Mas eles não acabaram de lançar um pacote com 36 músicas em 4 discos instrumentais, no mesmo esquema? Sim, mas o Sr Reznor está inspirado e não consegue controlar a ânsia em parir e jogar no mundo, para qualquer pessoa que tiver um computador, mais uma cria sua.

Você pode baixar "The Slip", novo disco de estúdio do Nine Inch Nails, no próprio site da banda [aqui]. Dessa vez não existe a opção de baixar uma parte gratuita ou pagar pelo download completo - as 10 faixas são (desculpa) na faixa. Vem também um pdf com o encarte, todo modernim, bonitim.

Bem industrial, bateria quebrada, guitarras rasgadas, um ou outro momento piano/voz e duas músicas mais dançantes, "Discipline" e "Echoplex". Difícil os caras fazerem alguma coisa que eu ache ruim. Depois de ouvir o disco duas vezes, a primeira impressão é de que é bom, mas muito mais pelo DNA do que pela criatividade.

Do alto da montanha



Se você, assim como eu, não consegue ouvir esse rockinho frouxo produzido em série pelos The Whatevers da vida e não vê a hora de degustar o frescor de um bom disco, demorou pra baixar o novo do Breeders.

"Mountain Battles" é leve, simples, inspirado e verdadeiro como costumam ser as criações de Kim Deal, baixista do Pixies e líder do Breeders. E a mulher definitivamente sabe o que faz.

Lançado e resenhado sem o alarde que merece, arrisco dizer que o álbum deve funcionar como o histórico da própria banda: tímido na mídia, mas muito festejado por grandes bandas e músicos. Discos mais antigos, como "Pod" e "Last Splash", até hoje são referência pra muita gente fudida.

Sem compromisso com nada, mas carregando essa responsa, "Mountain Battles" é todo bom. A primeira metade é um verdadeiro deleite para os bons ouvidos, da abertura com "Overglazed" à viagem latino-tropical "Regalame Esta Noche". O filé fica por conta da sequência irresistível "Bang On", "Night of Joy", "We're Gonna Rise" e "German Studies". Ouça e veja se não tenho razão.