quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Antes nunca do que tarde



Fiz questão de esperar bastante para fazer qualquer comentário sobre o novo disco do Axl, ops, Guns N' Roses. Primeiro porque preferi ouvir com calma, várias vezes, para não deixar o impulso da emoção cometer qualquer equívoco. E depois porque o filho da puta demorou 15 anos para soltar essa merda, por que eu não poderia demorar 15 meses pra criticar?

O tal Chinese Democracy, enfiado goela abaixo com o autoritarismo de um típico caipira americano, não passa da mais recente egotrip de um ex-ladrãozinho de carro, ex-junkie, ex-galã e ex-frontman de respeito. Os tempos são outros, e ninguém no mundo engoliu a viagem do figura que, com visual de gangsta rapper e anel de Raul Gil, parece estar tomando o mesmo rumo de seres bizarros como Michael Jackson e Madonna.

Mr. Rose saiu de uma pacata cidadezinha no interior de Indiana para se tornar um semi-Deus do rock durante uns 5 anos, e desse status herdou uma maldição: a mania de grandeza que vem desde os tempos de Use Your Illusion. De nada adiantam os milhões investidos, o "perfeccionismo", as megaproduções, os superclipes e a mídia toda entrando no suspense se o disco, quando sai, não traz quase nada que se aproveite além do simples fato de se ter um novo disco do Guns à disposição.

Quem ouve as primeiras faixas com a boa vontade de um fã pode até cair no engano de esperar mais. Mas o que vem dali até o fim é o velho complexo de Elton John que assola a mente perturbada do nosso amigão.

Se você gosta do cara como eu e estiver de bom humor, vai até achar uma ou outra melodia bonita, mas eu não consigo deixar de ver em Chinese Democracy um trabalho de tiozinho ultrapassado, rodeado de grandes músicos, grandes selos e grandes expectativas, mas isolado na ilha que a sua própria fantasia criou.

Um comentário:

Nani disse...

titiu fez uma pausa na postagem de vídeos e fotos bizonhas para uma crítica decente.

acho que é o que muita gente pensa mas não ousa falar. eu concordo com você.

bacio da Má Landra.