quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Pela volta do futebol chitão



Saudoso dos tempos em que imponentes bigodes desfilavam estilo e elegância pelos gramados – gênios como Zenon e Rivellino difundiram as tradicionais pelugens do buço em todo o mundo -, passei algum tempo pensando no motivo que teria levado à extinção alguns ícones do universo fashion futebolístico.

Hoje os jogadores mais parecem robôs pré-programados para correr freneticamente de um lado pro outro, parar qualquer boa jogada com falta e levantar os braços para reclamar com o juiz. Usando tatuagens com nome de parentes no antebraço, costeletas finas e cabelos milimetricamente delineados a cada dia, os protagonistas do que antes era um espetáculo de amor à camisa e à originalidade estética se multiplicam em série, sem qualquer particularidade, de norte a sul do Brasil.

Após dedicar horas de reflexão a essa inquietante questão, um certo corte de cabelo invadiu minhas lembranças para matar a charada à queima-roupa. O futebol nunca mais foi o mesmo porque simplesmente destruíram seu maior patrimônio: os mullets.

Não dá pra falar em futebol de verdade sem falar dos mullets. Não dá pra considerar jogador de futebol alguém que, em algum momento da carreira, não tenha ostentado em sua cabeça a consagrada equação “repicado em cima + batidinho do lado + compridinho atrás”. Pobres robôs… Nunca provarão a experiência inigualável de sentir aquele volume generoso de cabelo dançar pela nuca como bandeiras na arquibancada, de lá pra cá, a cada passo dado na comemoração de um gol.

Você pode estar se perguntando o que eu tenho a ver com isso. Bom… Passados 18 anos, tenho nesse blog de baixo a oportunidade de prestar homenagem ao mullet mais glorioso da história do maior esporte do mundo. O mito, o deus, o libertador, o talismã. Com vocês, um trecho da reportagem do Globoesporte.com sobre o eterno Tupãzinho.

“Os cabelos fartos de outrora não são mais os mesmos. O fôlego tornou-se um aliado para organizar churrascos. E a profissão é bem diferente da desempenhada na década de 90. De amuleto do Corinthians, Tupãzinho virou empresário do ramo infantil. Não perdeu o carisma, ainda é presa fácil de caçadores de autógrafos nas ruas de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. No entanto, o talismã da Fiel parou de respirar futebol. É verdade que bate pelada terça, quinta e sábado. Mas, agora, tem como principal ocupação uma fábrica de fraldas descartáveis e também ajuda um instituto de crianças com câncer, ao qual destina parte dos lucros”.


* Na foto, o deus Tupã posa ao lado de seus inspiradores e decreta: estilo, ou você tem, ou você não tem.

4 comentários:

Unknown disse...

1) Tupãzinho-Amuleto era meu grande ídolo nos anos 90
2) Por essas e outras que agora meu esporte favorito é o RUGBY
3) Por essas e mais outras que não tenho mais carro. Agora os buldogues podem brigar pela MINHA vaga, e o melhor, EU GANHO DINHEIRO!!!
4) eu não poderia deixar de postar no seu bológ. Conta g-mail reativada.

Gustavo Helaehil? disse...

Mullets - Eu tenho!

Bigode - Eu vou ter!

Futebol é só o que me falta, cara.

Unknown disse...

Acho que os últimos representantes do futebol mullets forma Oséas e mais recentemente sua fotocópia, Dennis Marques! afe.... esse estilo capilar já foi melhor representado.

Professor Felipe disse...

Nem preciso falar de quanta devoção tenho por Tupan.

Mestre dos gols no último minuto, especialmente contra o São Paulo.

Bem observada essa questão dos mullets. Não sei se a extinção do futebol-moleque tem a ver com isso, mas a do folclore no futebol certamente tem.

Lembremos de Paulinho MacLaren, Fabinho, Adil, Leto, Kel e muitos, muitos outros.