terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Magic Bus
Olhando assim, de longe, o protagonista do filme que vi ontem até lembra o Ribamar, astro do post anterior, em alguns momentos. A diferença é que o auto-batizado Alexander Supertramp optou pelo mais primitivo estilo de vida aos 23 anos, encorajado por traumas familiares. E que o refúgio do andarilho foi o Alasca, e não Trancoso.
O primeiro dos vários méritos do roteirista, diretor e produtor Sean Penn foi realizar um filme de 2h20 que não me obrigou a remexer na cadeira do IG Cine o tempo todo, como as longas produções costumam fazer (tá, nem é tão longa assim, mas eu me sinto desconfortável no cinema depois de 2 horas sentado naquela cadeira).
Na Natureza Selvagem pode parecer uma proclamação hippie fora de época, mas vai muito além. Toca sentimentos comuns a qualquer indivíduo, como liberdade, obrigações, relações com pais e irmãos, com a natureza, com a carreira profissional, com o dinheiro, e com a questão mais profunda que é a própria existência.
Eu estou longe de ser um freak. Aliás, não tenho nada de freak. Mas o Supertramp me fez lembrar de mim várias vezes. O choque de sentir-se preso a uma série de convenções é duro. Não é nada que muita gente não sinta, é uma fase da vida como outras, eu tenho que saber lidar com isso, ok. Mas que diferença faz? Você pode não ver, ou até achar normal, mas a verdade é que, salvo lóquis como o amigo Supertramp, seu destino já está mais ou menos rascunhado. E isso definitivamente causa arrepios em algumas pessoas.
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