segunda-feira, 10 de março de 2008
É de pequeno que se aprende
Eita molecadinha agilizada! No meu tempo não era assim não... Me lembro que pra dar o primeiro beijo foi uma verdadeira epopéia.
Tinha uma menina na minha classe que era apaixonadinha por mim, mesmo com aquele cabelinho pro lado, camiseta do Batman e aparelho fixo. A tal da Maria Fernanda também era bem feinha por sinal, mas já tinha bundinha, peitinho - acessórios de luxo para quem está na 6ª série.
Eu não tinha a menor vontade de ficar com ela, mas sabe como é... Mais valia tirar o cabaço do que esperar pela princesinha da sala que, naquela época, só olhava para os caras da 8ª pra cima. A mais gata, deusa, sonho, inspiração onânica, era a Giu. Lembrava até a Luciana Vendramini nos bons tempos de paquita capa da Playboy. Mas eu não tinha a menor chance, ela gostava do boyzão mais velho que pagava de Gol GTi na banca da frente.
Enfim, voltando à minha dura realidade, a Maria Fernanda, eu tava a fim de beijar logo pra ver qual era, mas ficava enrolando a mizaninha pq na verdade eu tinha mei que um nojinho dela. Foi quando a Juliana, que tinha bombado duas vezes e já era uma mulher trepadeira no meio da molecadinha, resolveu acabar com o impasse. "Eu te ensino a beijar e depois você fica com ela". Aí não tive mais como fugir.
Deu 6 horas, saída da turma da tarde. Eu não estava nervoso, não tinha treinado com gelo e também não estava nem um pouco empolgado, já que a Juliana também não era láaa essas coisas. Combinamos de dar uma volta no quarteirão, mas antes passamos na barraca do Zé para comprar um Chú-Cola.
Não era dia nem noite e fazia calor. Caminhamos um pouco e paramos ali na esquina da Pernambuco com a Rio de Janeiro, os dois com um sorriso sem graça no rosto. Eu tava morrendo de vergonha, coisa que a Juliana já tinha perdido fazia tempo. Ela olhou bem nos meus olhos, pegou minhas mãos, colocou na cintura dela e começou aquela brincadeira molhada de línguas frenéticas, barulhos estranhos e baba, muita baba. Eu sentia o gosto de alguém na minha boca pela primeira vez, e achei a sensação tão boa quanto esquisita.
Foi um beijo. Longo, mas apenas um. Logo voltamos para o colégio, onde eu teria que cumprir a outra etapa da missão. Levei a Maria Fernanda para uma esquina próxima, e também não durei muito com ela por lá.
Passados quatro longos anos, finalmente veio a recompensa. Eu já não era tão criança, e a Giu não gostava mais dos playboys mais velhos. Era a vez dos roqueiros cabeludos se darem bem. Da realização de um ideal infantil, ela passou a ser minha primeira namorada (a história durou 7 anos), meu primeiro amor, meu primeiro sexo (o dela também) e minha primeira ex-namorada.
Sim, um montão de primeiras coisas. E tudo graças ao espírito caridoso da Juliana.
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Um comentário:
Caralho: meu primeiro beijo foi num bailinho de garagem! A mina queria fazer ciúmes pro ex dela e chegou me agarrando.
Nunca me senti tão usado... que bom!
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